sexta-feira, 27 de março de 2009

Love Etc.

"Yes", o 17.º álbum dos Pet Shop Boys já se encontra à venda.

A título de curiosidade, refira-se que o álbum conta com a participação especial, entre outras, de Johnny Marr, ex-guitarrista dos The Smiths.

O que disse David Vasconcelos (Diário Digital) acerca do álbum: «Yes» são os Pet Shop Boys em estado de depuração avançado como um Vinho do Porto envelhecido e saboroso. Se, por acaso, este fosse o seu testamento, a memória estaria defendida mas sempre é preferível tomá-lo como reflexo de um inconformismo artístico.

A festa continua. Ora ouçam o 1.º single:

You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
Boy it's tough getting on in the world
When the sun doesn't shine and a boy needs a girl
It's about getting out of a rut, you need luck
And your stuck and don't know how (oh)
(Don’t have to be) A big bucks Hollywood star
(Don’t have to drive) A super car to go far
(Don’t have to live) A life of power and wealth
(Don’t have to be) Beautiful but it helps
(Don’t have to buy) A house in Beverly Hills
(Don’t have to have) Your daddy paying the bills
(Don’t have to live) A life of power and wealth
(Don’t have to be) Beautiful but it helps
You need more
Than a big blank check to be a lover, or
A gulf stream jet to fly you door to door
Somewhere chic on another shore
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need love
You need love
You need love
Too much of anything is never enough
Too much of everything is never enough
Well it’s tough getting on in the world
When the sun doesn’t shine
And a boy needs a girl
It’s about getting out of a rut
You need luck but you’re stuckand you don’t know how
(Don’t have to be)
A big bucks Hollywood star
(Don’t have to drive) A super car to get far
(Don’t have to wear) A smile much colder than ice
(Don’t have to be) Beautiful, but it’s nice
You need more
Than the Gerhard Richter hanging on your wall
A chauffeur driven limousine encore
To drive your wife and lover to a whiter ball
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need more
You need love
I believe that we can achieve the love that we need
I believe, call me naive, but love is for free
(Don’t have to be)
A big bucks Hollywood star
(Don’t have to drive) A super car to go far
(Don’t have to live) A life of power and wealth
(Don’t have to be)
Beautiful but it helps
Beautiful but it helps
Beautiful but it helps

terça-feira, 24 de março de 2009

1Q84


Haruki Murakami terminou o seu mais recente livro, 1Q84, cujo manuscrito foi já entregue ao seu editor japonês. Ora aqui está um excelente motivo de alegria!!! :-))))

Murakami disse que é a sua obra mais extensa e ambiciosa e que é uma piscadela de olho à obra 1984 de George Orwell.

Em entrevista à agência EFE, Murakami disse: Orwell escreveu ‘1984' a olhar para o futuro, e eu, com o meu romance, quero fazer o contrário, olhar para o passado, mas sem deixar de ver o futuro. É a minha obra mais ambiciosa e entreguei o manuscrito ao meu editor, há uma semana, antes de viajar para Espanha.

Murakami tem estado em Barcelona a dar entrevistas e a apresentar o seu último livro publicado em Espanha ("After Dark"). Curiosidades: visitou o Museu Picasso, passeou pelo Park Güell e comprou discos de jazz (como não poderia deixar de ser...) no Mercat de Sant Antoni.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Beautiful Strange - sugestão


Gerald Petit expõe pela 2ª vez em Portugal. Desta vez, a exposição intitula-se Beautiful Strange e apresenta um conjunto de obras que se intercalam entre a pintura e a fotografia com destaque para o retrato.
Para ver na Caroline Pagès Gallery (Campo de Ourique) até 9 de Maio.

Funny (how I stopped lovin'you)

domingo, 22 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

s/t

desacerto interior

alma em pedaços caídos e dispersos

puzzle em construção

grau de dificuldade: difícil

Horizonte

Ground Swell
Edward Hopper, 1939

Ergo-me e sento-me no areal. Olho o horizonte, lá longe, apago as pessoas à beira-mar e atiro o meu olhar para a linha (tão perfeita!) que separa o azul do mar do azul do céu.

Dois minúsculos barcos parecem ir ao encontro um do outro, como se se amassem e fossem dar um longo abraço. Mas eis que a direcção de um deles muda abruptamente.

Nunca mais se encontrarão...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Canções


Na passada 6ª feira, Sintra assistiu à primeira apresentação pública do álbum Matriz de Teresa Salgueiro (com Lusitânia Ensemble). Sala cheia.
A curiosidade acerca do que se iria ouvir era muita. Já era sabido que o novo projecto pretenderia divulgar a nossa língua e música (desde o séc. XIII até à actualidade).

Com efeito, o concerto abraçou a música antiga (desde o séc. XIII com letras de D. Dinis e João Zorro, ainda em português arcaico), música popular e tradicional (com diversas músicas de domínio popular, algumas delas sem qualquer registo até à data, passando pelo Fado) e, finalmente a música contemporânea (Carlos Paredes, Fausto, Fernando Lopes Graça).

Sem dúvida que foi efectuado um valiosíssimo trabalho de recolha do nosso património musical já esquecido, o que confere ao disco um inestimável valor documental (nota especial para “Senhora do "Almurtão”, Vira da Desfolhada”, “Malhão de Cinfães” e “Canção da Roda”). As músicas contemporâneas foram igualmente bem interpretadas (destaque para “Por este rio acima” do Fausto, a plateia teimou em não parar de bater palmas de agradecimento).

É provável que este trabalho venha a ser considerado um dos melhores discos de música portuguesa de 2009. É provável…

Aqui fica o alinhamento do concerto:

Mi Madre Velida
Música: Afonso X Letra: D. Dinis
Jus a lo Mar e lo Rio
Música: Afonso X Letra: João Zorro
Danças Palacianas
Música: Carlos Paredes

Senhora do Almurtão
Popular
Deus Nos Dê Cá as Boas Festas (canto de peditório de natal aos reis)
Popular
Vira da Desfolhada
Música: Cruz e Sousa Letra: Fernanda de Castro
Malhão de Cinfães
Popular
Canção da Roda
Popular
Corridinho do Montinho
Música: Vitorino Matono
Por Riba se Ceifa o Pão
Popular
Treme-Terra
Arranjo: João Ferreira e Rui Lobato
Voltarei à Minha Terra (Meditando)
Música: Armandinho Letra: Tiago Torres da Silva
Com que Voz
Música: Alain Oulman Letra: Camões
Lá Porque Tens Cinco Pedras
Música: João do Carmo Noronha Letra: João Linhares Barbosa
Foi Deus
Música e Letra: Alberto Janes
Danças Portuguesas
Música: Carlos Paredes
Acordai
Música: Fernando Lopes Graça Letra: José Gomes Ferreira
Por Este Rio Acima
Música e Letra: Fausto Bordalo Dias
As Armas do Meu Adufe
Popular

Jorge Varrecoso Gonçalves - Violino
Pedro Jóia - Guitarra
Pedro Santos - Acórdeão
Luis Clode - Violoncelo
Óscar Santos - Contrabaixo
João Ferreira - Percussão
Rui Lobato - Percussão

sexta-feira, 13 de março de 2009

José António Tenente & Paula Rego

A abertura da ModaLisboa (Inverno 2010) não poderia ter sido melhor… A honra foi dada ontem ao José António Tenente, e muito bem!

Em entrevista à Daily ModaLisboa, Tenente faz uma interessante analogia entre arquitectura e moda. Manifesta ainda a sua admiração pelo universo de Paula Rego, ponto de partida para a colecção apresentada.

[…]
O que o fascina nesta área criativa, que o levou a trocar o curso de arquitectura pelo de Design de Moda?
Tem a ver com esta capacidade, esta possibilidade de trabalhar com um universo muito alargado de referências, de possibilidades e ideias. Acho que na moda tudo nos é permitido. Relativamente à arquitectura, guardei o método de trabalho do desenho, de experimentar no papel, mas a moda tem a grande vantagem de ser muito mais imediata. Em arquitectura podemos desenhar durante anos até que a obra esteja construída: o projecto feito, as alterações. Claro que na moda também há muita coisa que pode ficar no papel, mas na realidade se nós quisermos muito, uma peça pode ser pensada de manhã e estar feita à tarde.

[…]
Fale-nos um pouco do tema e da proposta da colecção que vai apresentar hoje.
Esta colecção tem como ponto de partida o universo da pintura da Paula Rego, que é um universo que a mim me inspira particularmente. Organizámos a colecção como quadros e a selecção dos quadros também recaiu naqueles que têm um aspecto decorativo mais evidente, mesmo que tenham uma história por trás, como todos sempre têm, que passa da primeira leitura que se faz do quadro. Escolhemos aqueles que são mais emblemáticos da própria obra da Paula Rego e depois também têm uma possibilidade de desenvolvimento a nível da nossa área.

Dia de Matriz


Finalmente, chega o dia de apresentação do novo trabalho de Teresa Salgueiro, Matriz.

Hoje em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval (22h). Obrigatório ver!!! :-))

O álbum estará à venda a 30 de Março (e não a 16, como inicalmente previsto).

quinta-feira, 12 de março de 2009

Retrato

1970 (retrato)
JP Simões
A minha geração já se calou, já se perdeu, já amuou,
já se cansou, desapareceu, ou então casou, ou então mudou,
ou então morreu; já se acabou.
A minha geração de hedonistas e de ateus, de anti-clubistas,
de anarquistas, deprimidos e de artistas, e de autistas
estatelou-se docemente contra o céu.
A minha geração ironizou o coração, alimentou a confusão,
brincou às mil revoluções amando gestos e protestos e canções,
pelo seu estilo controverso.
A minha geração só se comove com excessos, com hecatombes,
com acessos de bruta cólera, de mortes, de misérias, de mentiras,
de reflexos da sua funda castração.
A minha geração é a herdeira do silêncio,
dos grandes paizinhos do céu,
da indecência, do abuso,
e um belo dia esqueceu tudo e fez-se à vidana cegueira do comércio.
A minha geração é toda a minha solidão, é flor de ausência, sonho vão,
aparição, presságio, fogo de artifício, toda vício, toda boca
e pouca coisa na mão.
Vai minha geração, ergue a cabeça e solta os teus filhos no esplendor
do lixo e do descuido, deixa-te ir enquanto o sabor acre da desistência vai
corroendo a doçura da sua infância.
Vai minha geração, reage, diz que não é nada assim,
que e um lamentável engano, erro tipográfico, esttística imprecisa, puro
preconceito, que o teu único defeito é ter demasiadas
qualidades e tropeçar nelas.
Vai minha geração, explica bem alto a toda a gente que és por demais
inteligente para sujar as mãos neste velho processo, triste traste de Deus,
de fingir que o nosso destino é ser um bocadinho melhores do que antes.
Vai minha geração, nasceste cansada, mimada, doente por tudo e por nada,
com medo de ser inventada, o que é que te falta agora que não te falta nada?
Poderá uma pobre canção contribuir para a tua regeneração
ou só te resta morrer desintegrada?
Mas, minha geração, valeu a trapaça, até teve graça,
tanta conversa, tanta utopia tonta, tanto copo,
e a comida estava óptima! O que vamos fazer?

quarta-feira, 11 de março de 2009

Self portrait


Sétimo álbum de originais. Um álbum no seu habitual estilo melancólico mas sempre de uma beleza arrebatadora do início ao fim. Dizem que é um regresso à sua fase inicial...

Faixas:
01 Wonder Wonders
02 Lightning Strikes
03 Autumn Winter Spring
04 Liar
05 Trauma 6. My Mother's Grave
06 Broken Nose
07 Medicine
08 Make Her Mine
09 Sore

segunda-feira, 9 de março de 2009

Utopia fundamental

«Nas utopias que até hoje se imaginaram faltou sempre imaginar o que aconteceria depois. Que se imagine uma vida em que se realizasse tudo o que se desejasse. Alguma coisa faltaria ainda em tudo em que já não faltava, e não saberiamos o quê. É isso que não sabes que é fundamental.»

sábado, 7 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Sugestão

Diego Beyró

artista plástico e criativo residente na F A B R I C A, centro de pesquisa de comunicação do grupo Benetton em Itália.

A exposição Expressões, reúne um conjunto de trabalhos dedicado ao rosto e à sua capacidade de transmitir emoções. Utilizando a pintura como desenho, sem recurso à cor, o artista explora o imediatismo do snapshot fotográfico em retratos que ocupam a quase totalidade da superfície pictórica.

As obras dividem-se por duas séries, cada qual correspondendo a uma fase da vida: a infância e a juventude. A estas fases o artista associa aquelas que considera serem as suas expressões máximas - “o grito” e “o orgasmo” - que, embora distintas na causa directa, confluem numa mesma raiz: a energia vital.


quarta-feira, 4 de março de 2009

As mãos são as folhas dos gestos

«[...]
Há por aqui, no lugar onde moro, um sem-abrigo de que gosto. Conversamos bastante. Gesticula e as mãos são as folhas dos ramos dos seus braços, lá na ponta, a tremerem. Uma destas semanas dei com ele a dançar no passeio, com um sorriso enorme. Disse, ao cruzar-me com ele
- Estou-me a cagar.
e continuou o seu bailado, sozinho, lá para trás. Não me pediu cigarros nem dinheiro: estava a cagar-se. Não tornei a vê-lo e pergunto-me por onde andará agora que é inverno, faz frio, chove muito. Não o acho debaixo de cartões e trapos, numa arcada, num degrau. Desconheço como se chama. Trata-me por
- Amigo
trato-o por
- Amigo
e é tudo. Espero que continue a cagar-se. Se eu conseguisse dançar com ele, como ele. Ao longo da vida tenho coleccionado pessoas assim. A noite neste bairro é dura, marginais, prostitutas, o rol inteiro. Uma ocasião abraçou-se a mim a chorar, numa altura em que não estava a cagar-se. Sofria como um cão. Lá arribou com umas cervejas, uns cigarros. De cabelos compridos, barba. Nunca lerá isto, nunca saberá que falei dele. Disso tenho pena. Gostava que esbarrássemos de novo
- Amigo
esperar que do fundo da barba me chegasse o seu
- Amigo
primeiro baixinho, depois a engrossar
- Amigo
perguntar-me
- Tem uma moeda por acaso?
na certeza que eu tinha uma moeda por acaso e lha ia dar por acaso. O que lhe sucedeu, amigo? E de novo a dança, de novo o sorriso.
- Estou-me a cagar
e eu a cagar também, caminhando os dois, rua fora, até ninguém nos ver, deixando aquele que escrevia, o António Lobo Antunes, a olhar para nós, a meter a chave à porta e a instalar-se, de cotovelos na mesa e mãos no queixo, diante de um tampo vazio.»

Crónica (excerto) de António Lobo Antunes, Visão (19 a 25 de Fevereiro 2009)
Vou à procura do amigo do António Lobo Antunes e dizer-lhe que me sinto solidário com ele, que também eu estou a cagar-me para aquilo que as pessoas pensam. Apenas ainda não consigo dançar no passeio...

terça-feira, 3 de março de 2009

Ensaio da excelência

Come chocolates pequena




Gosto de me deitar
sem sono
para ficar
a lembrar-me
das coisas boas
deitada
dentro da cama
às escuras
de olhos fechados
abraçada
a mim


Adília Lopes, in Obra, Ed. Mariposa Azual
Inclui 3 ilustrações de Paula Rego
15 livros reunidos
Edição Dez. 2000, 510 págs.

Receita

«Um bom livro ajuda-te, ilumina-te, dá-te a beleza que não encontras em ti.
Agora, por exemplo, já se começa a ler aos doentes enfermos.
A arte pode ajudar a salvar-te a vida.»

fonte: Agência Lusa, 10.11.2005

domingo, 1 de março de 2009