sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Sagração da Primavera

A Primavera - Sandro Botticelli
A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA de Olga Roriz
Audições para bailarinos de ambos os sexos
8, 9 e 10 de Outubro de 2009 - Lisboa (local a anunciar)
Período de Criação - Março, Abril e Maio 2010
Estreia a 29 de Maio de 2010 no Centro Cultural de Belém
Digressões durante 2010
Informações: (+351) 218482318 / companhiaolgaroriz@sapo.pt
Coreografia de Olga Roriz para um elenco de 26 bailarinos
Em co-produção com o Centro Cultural de Belém
Com a Orquestra Metropolitana de Lisboa
Dirigida pelo Maestro Cesário Costa
Estreia no Grande Auditório do C.C.B. a 29 e 30 de Maio, 2 e 3 de Junho de 2010

5 comentários:

A. disse...

Bravo




...sempre Bravo, caro Rui



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Jornal Público
A forma das coisas
06.06.2009

Isolda, de Olga Roriz
4 Estrelas

À Flor da Pele, de Rui Lopes Graça
2 Estrelas

Fauno, de Vasco Wellenkamp
2 ½ Estrelas

Strokes through the tail, de Marguerite Donlon
1 Estrela

Quatro coreógrafos, Companhia Nacional de Bailado
3 de Junho, 21h, Teatro Camões
Meia sala
O programa francamente desigual proposto pela CNB não deixa margem para dúvidas. Há um abismo estético, intencional e discursivo entre Olga Roriz e os outros três coreógrafos, Rui Lopes Graça, Vasco Wellenkamp e Marguerite Donlon. Onde uns procuram fugir, com a coreografia, à partitura musical (Philip Glass, para Lopes Graça, Debussy, para Wellenkamp, Mozart, para Donlon), Olga Roriz faz de Wagner, e do seu Prelúdio e Morte de Tristão e Isolda, a matéria-prima para explorar não tanto o virtuosismo dos intérpretes (que nas outras peças vai do risível ao grotesco, que confundem velocidade com urgência e emoção com mímica) mas um espaço-tempo onde conflui um dramatismo que é explorado não pela estética mas pela forma.
Aquelas bailarinas, que efectivamente se esgotam na interpretação, estão a anos-luz dos intérpretes das outras três peças, presos a um formalismo coreográfico incoerente, modernaço quando devia ser de risco (sobretudo Wellenkamp que faz um Fauno revivalista e ambicioso sem nunca afirmar o que sustenta a intenção de recriar um mito da dança contemporânea). E a relação entre o tempo e a gestão de referências que em Lopes Graça e Donlon se transforma em bulimia, em Roriz é gerida com contenção e utilizada a favor de uma coreografia que, enquanto se desenvolve, se liberta das raízes e ganha uma identidade única.
A intrincada combinação entre música e movimento, agindo enquanto entidades complementares e nunca servis, permite isolar cada uma das intérpretes que, nunca cedendo na hierarquização, encontram um espaço identitário comum que partilham como se dele dependesse a sua existência. Esta liberdade na criação, capaz de gerir as treze bailarinas numa imensa massa vermelha e negra (fruto da lisura cénica, dos soberbos figurinos de Vera Castro e do contrastes entre luz e sombra de Orlando Worm) resiste à forma, ganha espaço autónomo num discurso eminentemente trágico e liberta-se de estrangulamentos temporais.
Não deixa, por isso, de ser paradoxal que tendo sido criada em 1991, ano de afirmação internacional da nova dança portuguesa, Isolda permaneça ainda como uma peça que, dezanove anos depois, permite perceber, em retrospectiva, não só o discurso singular de Olga Roriz - trabalhando o conteúdo e extravasando a forma, acumulando generosamente sentidos e direcções, movendo-se em territórios formais mas neles descobrindo relações inusitadas -, mas também, e sobretudo, a singularidade do desenho coreográfico que faz dos corpos femininos.
Na mesma voluptuosidade, no mesmo mergulho intenso na emoção, na mesma sensação de abandono das figuras femininas que já vinha do matricial solo Jardim de Inverno (1989, refeito em 2004), e se prolonga, por exemplo, em Os olhos de Gulay Cabbar (2000), mas também nas sequências dançadas só pelas mulheres em Pedro e Inês (2003) ou até mesmo dos esboços de personagens que criou para as intérpretes de Paraíso (2007), pode ver-se a força autoral de uma coreógrafa que não se limita a juntar barrocas paisagens visuais.

Tiago Bartolomeu Costa


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beijos

Rui Sousa disse...

Queria Ana,

"bravo" foi o que eu "disse" (no entusiasmo com que aplaudi) quando vi o espectáculo "4 coreógrafos".

Que a CNB continue assim!!! :-)

Parabéns a todos. E a cada um. E a si.

R.

(divulgação da dança? sempre, claro!)

A. disse...

Sim...



divulgação da dança.


Obrigada

ana santos disse...

Olá Rui
A propósito da audição da Olga, a data foi alterada para 8, 9 e 10 Outubro 09.
Beijo
Ana S.

Rui Sousa disse...

Ana,
obrigado pela preciosa info.
Vou alterar :-)))
Até breve.
Beijos
Rui