segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"A minha vida é monótona"; "O que o Dr. Freud diz tanto me faz"; "5% de leitores é quanto basta"

O escritor japonês entrevistado pela sua tradutora portuguesa (entrevista publicada no jornal i). Entrevista interessante, onde fala uma vez mais no TÃO aguardado romance 1Q84 ainda não disponível em português.

Haruki Murakami gosta de escrever e gosta de correr - o seu novo livro, "Auto-retrato do Escritor Enquanto Corredor de Fundo", publicado este mês em Portugal, é prova disso mesmo. Apesar de não cultivar o isolamento de outros autores, também gosta de se fechar em casa a ler livros e a ver episódios da série "Perdidos" (gravados precisamente na ilha de Kauai onde escolheu viver partes do ano). O que não gosta é de responder a perguntas: "O autor deve ser a última pessoa a falar sobre a sua obra", justifica. Arrancar-lhe uma entrevista é, portanto, uma raridade: "Haruki está concentrado a escrever o novo romance e não tem aceitado dar entrevistas. Mas como este é um pedido especial, ele quis colaborar", explicou por email Yuki Katsura, a assistente, avisando ainda que Murakami não teria tempo para respostas longas. Em relação ao novo romance, "1Q84", que acabou de ser publicado no Japão, Murakami disse à sua tradutora (aqui na pele de entrevistadora) que quer vê-lo em português: "E espero que seja aceite calorosamente (com fervor, de preferência). Espero ainda visitar o vosso país numa próxima ocasião.
"João Céu e Silva escreveu no "Diário de Notícias" acerca deste novo livro: "Quando se chega ao fim, fica a curiosa sensação de que entrámos num mundo inesperado do japonês e que um dia destes ele brindará os seus leitores com a verdadeira autobiografia completa." Os leitores podem contar com isso?
Não creio que algum dia vá escrever a minha autobiografia, uma vez que a minha vida (até à data) é bastante monótona. Levanto-me de manhã cedo e trabalho cinco ou seis horas, depois corro (ou nado) durante uma hora, e vou para a cama bastante cedo. Estou casado com a mesma mulher há 37 anos. Faço colecção de velhos LP de jazz. Não vejo que razão possa ter para descrever esta minha vida, sem nada de extraordinário, e correr o risco de provocar bocejos nas outras pessoas. Mas um dia destes terei qualquer coisa a dizer acerca da escrita propriamente dita.
Considerando a forma - um livro de memórias -, registaram-se mudanças significativas no processo criativo, ou foi apenas trabalhar no duro e suar como de costume?
A pergunta refere-se à forma do livro? Ou ao exercício propriamente dito? O que quis dizer neste livro foi o seguinte: para se produzir uma obra consistente, poderosa, tem de se ser fisicamente forte e estar em boa forma física. É essa a minha teoria. Quando se é muito novo, ou quando se é um génio, não é preciso fazer exercício. Um escritor limita-se a escrever. Até aí, tudo bem. Não perde o seu tempo com mais nada. Mas quando já não se é tão jovem nem tão genial quanto isso, o corpo torna-se um companheiro importante. Ajuda, tanto física como mentalmente, sobretudo a manter a cabeça desanuviada e a mente activa.
Como define a sua relação com os críticos, que por vezes tendem a associar à sua obra rótulos como pós-moderno, surrealista, ecléctico, pop?
Sou um romancista. Escrever livros é a minha profissão. E acredito que o autor deve ser a última pessoa a falar sobre a sua obra. Por isso, deixo que sejam os outros a tecer considerações acerca do meu trabalho. Algumas pessoas dizem coisas razoáveis, outras não; o problema é delas e não meu. Pela parte que me toca, continuo a escrever, e isso é o mais importante. Espero escrever o que outros não são capazes de escrever, ou não se atrevem a escrever. Será provavelmente a isto que chamam "originalidade". E, por vezes, a originalidade tem o condão de irritar certas pessoas. Não é minha intenção provocar essa irritação, escusado será dizer, mas, tal como já disse antes, o problema é definitivamente deles, não meu.
O terceiro volume de "1Q84" será publicado no Japão em Maio de 2010. Já disse que era "o maior e o mais ambicioso". Assassínio, história, cultos religiosos, laços familiares, amor. Apesar do segredo que envolve o romance, pode revelar-nos mais?
Gostava de lhe chamar "um romance completo" ou "um romance total", uma vez que contém quase tudo dentro dele. Por outras palavras, foi concebido como um microcosmo. Não tem aquilo a que se chama um "tema". É apenas um romance, uma história e, se resultar bem junto dos leitores, significa que eles se irão ver perdidos na densa floresta engendrada pela própria história e por lá vão andar, por sua conta e risco. É isso que pretendo. Que vocês, leitores, andem por ali sozinhos e perdidos, mas que no fim acabem por ser salvos, de certa maneira. Mais ou menos...
"1Q84" é um calhamaço. Philip Roth, eterno candidato ao Nobel, em entrevista recente ao "Guardian", afirmou que cada vez parece existir menos capacidade de concentração para ler um romance devido aos computadores e à televisão. Num cenário destes, o que continua a inspirar Haruki Murakami a escrever romances?
Se o livro for suficientemente bom e poderoso, e suficientemente apelativo, as pessoas vão lê-lo e irão gostar do que lêem. Estou de acordo com Mr. Roth em muito do que ele diz, mas acredito no poder dos livros, no poder das histórias dos últimos três mil anos. É preciso ter uma certa confiança nessa matéria. Computadores? Existem há quê? Pouco mais de duas décadas, não é verdade? Se cinco por cento da população ler livros com regularidade, gostar verdadeiramente de ler, só isso já será fantástico. Nós (escritores) podemos continuar a viver porque sabemos que eles estão lá. Deixem lá os restantes noventa e cinco por cento das pessoas ver a televisão que quiserem ou entreterem-se com jogos de computador até à exaustão. Não importa. Cinco por cento de leitores é quanto basta.
Que música é que ouve quando não está a escrever, altura em que só tem por hábito prestar atenção ao som produzido pelo teclado?
Música clássica de manhã, jazz da parte da tarde e à noite. Enquanto conduzo, quase sempre rock. É uma grande ajuda. Devo muitas coisas à música. Refiro-me à boa música, claro. Mas quando estou realmente concentrado na escrita, não oiço nada.
Este ano visitou Espanha a fim de receber o Prémio San Clemente. Passou um dia na companhia de jovens entre os 16 e os 18 anos que parecem ávidos de o ouvir e ler. Tem consciência disso?
Fico verdadeiramente satisfeito por saber que os jovens na Europa (ou em qualquer outra parte do mundo) adoram ler os meus livros. Encaro isso como uma espécie de milagre. A verdade é que confesso a minha ignorância quanto às razões que os levam a ler-me com tanta avidez, uma vez que não sei quase nada acerca da juventude nos dias que correm, mas parto do princípio de que partilhamos histórias. Histórias são metáforas. E nós precisamos de boas metáforas para sobreviver neste mundo duro e cruel. As teorias não funcionam, os variados "ismos" (seja o comunismo ou o mercado livre, market-ism, e outros que tais) não surtem efeito na prática, as Nações Unidas não funcionam, os computadores estragam-se, os pais são estúpidos, os professores são idiotas, a escola não presta (tem dias), mas a metáfora cumpre a sua função. Tanto no que toca aos adultos como aos jovens.
Como tradutora, perguntam-me ainda hoje muitas vezes como traduzi o capítulo 16 de "Kafka à Beira-Mar", com todo aquele sangue à mistura. O Haruki disse em tempos: "Quando estou a escrever, não penso. Não sei se [as personagens] são boas ou más." Continua a pensar o mesmo?
Quando me encontro a escrever histórias, viajo até lugares sombrios, para não dizer até aos lugares mais obscuros. Em sítios desses, não é fácil, para não dizer que por vezes se torna impossível, dizer o que é bom e o que é mau. O que é certo e o que é errado. No entanto, quando nos apanhamos de volta à superfície, que é como quem diz, a este mundo, temos de decidir se queremos ter uma vida como deve ser. Como tal, somos obrigados a levar uma vida dupla - uma vida profunda e uma vida superficial. Pode chamar-se a isso uma existência dividida. E a experiência ameaça revelar-se bastante perigosa. A nossa personalidade pode ficar dividida para sempre. Quero com isto dizer que uma pessoa tem de ser suficientemente forte. Dito de outro modo, é preciso correr.
Sempre me impressionou o seu entendimento do mundo feminino. Freud diz que um homem só é capaz de amar na medida em que "possui uma vida emocional feminina". Como é que se analisa diante do espelho?
Costumava sentir-me pouco à vontade quando escrevia personagens femininas, comparado com o que sentia quando me punha a escrever personagens masculinas. Contudo, recentemente, dei por mim a gostar cada vez mais de escrever sobre mulheres. De certa maneira, é como se me sentisse capaz de me pôr na pele delas, por assim dizer. E isso é muito importante para mim enquanto escritor. O que o Dr. Freud diz tanto me faz.
Afecta-o de alguma maneira ver o seu nome referido ano sim, ano não, como potencial candidato ao Prémio Nobel da Literatura?
Os bons leitores são os meus verdadeiros prémios e as medalhas dignas desse nome. As outras coisas... não passam disso mesmo. Ou se percebe isto ou não se percebe. Não tem importância.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Chapéus há muitos...

"A melhor bailarina de sempre"

A primeira bailarina da Companhia Nacional de Bailado, Ana Lacerda, é a protagonista do número de estreia da nova revista masculina portuguesa, Urban Man.

Dirigida por Tiago Galvão Teles, a nova publicação terá uma tiragem de 50 mil exemplares, todos os meses, com um preço de capa inicial de 1 euro.

A ideia da revista é "apresentar sempre mulheres com uma carreira, com provas dadas na sua área e com idades acima dos 30 anos", definiu ao DN, Tiago Galvão Teles, rejeitando o cariz de revista para o macho man.
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Alegando que a maioria das publicações masculinas no mercado apresentam um conceito redutor - "mulheres seminuas em cima de carros, mulheres seminuas ao lado de gadgets" -, o mesmo responsável defende para a Urban Man um território onde a "mulher despe mais a alma do que propriamente o corpo, revelando a sua essência". "É uma revista para homens, que trata bem as mulheres", remata Tiago Galvão Teles.

Colaboradores de renome compõem a equipa editorial: Carlos Câmara Leme (livros); Francisco Sá da Bandeira (viagens); João Murillo (pintura); José Braga Gonçalves (Portugal e seus segredos); Raquel Prates (moda); Sofia Sá da Bandeira (crónica livre); Álvaro Mendonça (economia); Eduardo Barroso (futebol e medicina).

No número de estreia, destaque ainda para entrevista ao empresário da moda Tó Romano, entre outras matérias "interessantes".
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Fonte: Diário de Notícias [adaptado]

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Save the date

Aqui fica o texto que me valeu um convite duplo para o CCB...
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O que significa a matriz da música portuguesa?
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A matriz da música portuguesa traduz os primórdios da nossa alma, do nosso sentir, do nosso ser, do nosso Portugal profundo. O seu panorama é composto por cantilenas, cantigas de trovadores, canções tradicionais, sempre carregadas de um romantismo muito nosso ou, pura e simplesmente, o registo da nossa (interessante) forma de viver e sentir. Temos, assim, o vira, o malhão, o corridinho, o fado castiço, o fado canção e a canção urbana.
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Tudo aquilo é-nos oferecido no último trabalho de Teresa Salgueiro, "Matriz". Com efeito, o CD abraça a música antiga (desde o séc. XIII com letras de D. Dinis e João Zorro, ainda em português arcaico), música popular e tradicional (com diversas músicas de domínio popular, algumas delas sem qualquer registo até à data, passando pelo Fado) e, finalmente a música contemporânea (Carlos Paredes, Fausto, Fernando Lopes Graça).
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Sem dúvida que foi efectuado um valiosíssimo trabalho de recolha do nosso património musical já esquecido, o que confere ao disco um inestimável valor documental (nota especial para "Senhora do "Almurtão", Vira da Desfolhada", "Malhão de Cinfães" e "Canção da Roda"), sem esquecer as músicas contemporâneas, com destaque para "Por este rio acima" do Fausto.
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Por tudo isto, um grande bem-haja.

Mancha verde

domingo, 22 de novembro de 2009

Direitos dos leitores


1- O Direito de não ler
2- O Direito de saltar páginas
3- O Direito de não acabar um livro
4- O Direito de reler
5- O Direito de ler não importa o quê
6- O Direito de amar os “heróis” dos romances
7- O Direito de ler não importa onde
8- O Direito de saltar de livro em livro
9- O Direito de ler em voz alta
10- O Direito de não falar do que se leu

sábado, 21 de novembro de 2009

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Ao que parece, Nicolas Sarkozy pretende trasladar os restos mortais do escritor Albert Camus para o Panteão francês, em Paris (onde já estão Voltaire, Rousseau e Émile Zola). Apesar de ser necessária a autorização prévia da família do escritor, falecido em 1960, a iniciativa do Presidente francês terá tido como ponto de partida um encontro com a filha de Camus, no final de 2007, por altura dos 50 anos da atribuição do prémio Nobel da Literatura.

Os últimos escritores a serem trasladados para o Panteão foram André Malraux, em 1996, e Alexandre Dumas, em 2002, ambos por iniciativa do então Presidente, Jacques Chirac.

Daqui a nada é daqui em diante

DAQUI EM DIANTE (2006)
Companhia Olga Roriz
Foto de Rodrigo de Souza
Nesta foto: Pedro Santiago Cal

A partir da obra "Worstward Ho" de Samuel Beckett.

(...)
Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.
(...)

Álvaro de Campos
Tabacaria [Excerto]

Nortada

Reminiscências de um espectáculo que extravasou o palco...


NORTADA
Companhia Olga Roriz (2009)
Foto de Rodrigo de Souza
Nesta foto: Catarina Câmara

(...)
Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anónima viuvez,
(...)


Fernando Pessoa

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Giselle

Aqui fica o making of da sessão fotográfica para a campanha de comunicação do Programa de Dez. 09 da CNB "Giselle", com o fotografo André Brito e a Bailarina Principal Ana Lacerda

Get out!!!

...desenha-me uma ovelha...


É com enorme satisfação que anuncio que em breve estará disponível nas livrarias um novo livro com inéditos do autor de O Principezinho!!!

O livro a publicar pela Casa das Letras reúne um conjunto de textos inéditos de Saint-Exupéry, escritos entre 1925 e 1943: primeiras narrativas (Manon, dançando), prelecções, memórias de infância e da aviação, cartas diversas, fragmentos de Correio do Sul e de Voo Nocturno. Pelo meio, encontramos meditações sobre o que pode conferir sentido à viagem e nos ligar ao lugar de onde vimos. Estes textos ajudam a aproximar-nos da sensibilidade, das dúvidas morais e da obra de Saint-Exupéry.
A ler com a cabeça no Asteróide B612... ;-))))

Índice:
Manon, dançando
O Aviador
Em torno de Correio do Sul
Em tornode Voo Nocturno
Ao fim do dia fui ver o meu avião
O Piloto
Pode-se acreditar nos homens
Sete cartas a Natalie Paley

Se por acaso (me vires por aí)



Se por acaso (me vires por aí)
[dueto com Luanda Cozetti]

Se por acaso me vires por aí
Disfarça, finge não ver
Diz que não pode ser, diz que morri
Num acidente qualquer
Conta o quanto quiseste fazer

Exalta a tua versão
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão

E ouve-se ao fundo uma linda canção
De paz e amor

Se por acaso me vires por aí
Vamos tomar um café
Diz qualquer coisa, telefona, enfim
Eu ainda moro na Sé
Encaixotei uns papeis e não sei
Se hei-de deitar tudo fora
Tenho uma série de cartas para ti
Todas de uma tal de Dora

E ouvem-se ao fundo canções tão banais
De paz e amor

Se eu por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim

E ouve-se ao fundo uma velha canção
De paz e amor

Na sexta-feira acho que te vi
À frente da Brasileira
Era na certa o teu fato azul
E a pasta em tons de madeira
O Tó talvez queira te conhecer
Nunca falei mal de ti
A vida passa e era bom saber
Que estás em forma e feliz

E ouve-se ao fundo uma triste canção
De paz e amor.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

dia nacional do MAR

Celebra-se hoje o Dia Nacional do Mar.
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Aqui fica a minha homenagem: a canção O Mar, dos Madredeus, cantada ao vivo, com uma coreografia de Benvindo Fonseca para o extinto Lisboa Ballet Contemporâneo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

os livros são para ler?!?

es-tu-pen-do!

vou tentar fazer o mesmo com uns volumes das Selecções do Readers Digest... ;-)


http://photopeach.com/album/16lhk80?ref=est

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

... se calhar, também não

Fotografia de Artur Lourenço

“Vivo em Lisboa como se vivesse no fim do mundo, ou num lugar que reunisse vestígios de toda a Europa. A cada esquina encontro reminiscências doutras cidades, doutros encontros, doutras viagens. Aqui, ainda é possível inventar uma história e vivê-la. Ou ficar assim, parado, a olhar o rio e fingir que o Tempo e a Europa não existem - e Lisboa, se calhar, também não.”

Al Berto in O Anjo Mudo
ed. Assírio & Alvim, Lisboa, 2000

...o longe está sempre onde esteve


(...)
Nada perdeu a poesia. E agora há a mais as máquinas
Com a sua poesia também, e todo o novo gênero de vida
Comercial, mundana, intelectual, sentimental,
Que a era das máquinas veio trazer para as almas.
As viagens agora são tão belas como eram dantes
E um navio será sempre belo, só porque é um navio.
Viajar ainda é viajar e o longe está sempre onde esteve
Em parte nenhuma, graças a Deus!
(...)

Ode Marítima [excerto]
Álvaro de Campos, in "Poemas"

sábado, 7 de novembro de 2009

_____

(...)

"E então me invade uma saudade
Dum misterioso passado meu
Em que houvesse tido um outro sentido
Que me falta pra ser, não sei como...EU..."

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

mais um para devorar... :-)

a partir de hoje nas livrarias!!

domingo, 1 de novembro de 2009

Acerca dos livros mal-amados

Eu que tenho uma tendência para não gostar de best-sellers (apenas pelo facto de o serem) e desconfiar da generalidade dos livros que ocupam teimosamente os tops durante mais que 2 semanas, a crónica semanal do José Luís Peixoto na Time Out caiu-me que nem ginjas…
“(…) Existe um mundo que pertence apenas aos livros de que ninguém fala. É feito de tudo, como o outro mundo, como este, e, às vezes, é feito de uma descoberta íntima, uma aldeia fora do mapa, uma casa a que se regressa mesmo que seja pela primeira vez. Como um segredo.

É bom apaixonarmo-nos, recebermos tudo quando nos oferecemos. Os livros de que ninguém fala exigem-nos apenas isso: paixão, que sejamos capazes de acreditar, de tentar mais uma vez e sempre.”

José Luís Peixoto, in Time Out, n.º 109