sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Divina Miséria

Passaram mais de vinte anos desde que João de Melo escreveu Gente Feliz com Lágrimas, o seu romance mais premiado e o seu melhor cartão-de-visita.

Está de regresso aos contos com uma edição especial de Luxúria Branca e Gabriela, em resposta a um desafio do ilustrador.

"O pretexto para esta edição foi-me dado por Francisco Simões, autor das ilustrações. "Encontrou-me por acaso em Lisboa: ‘Você é o João de Melo, não é? Tenho uns desenhos que, em tempos, fiz sobre um texto seu. Quer vê-los?’", lembra. Deste encontro saiu a ganhar a carga erótica do conto, escrito em 1996, revisto em 1999, publicado em 2003 e reformulado em 2008.

"Todos os livros serviram para me livrar de sonhos e pesadelos reais. Livrei-me dos sufocos e isolamentos insulares e da ditadura com O Meu Reino não é deste Mundo e Gente Feliz com Lágrimas; fiz a catarse da Guerra Colonial com Autópsia de um Mar em Ruínas e questionei a Europa e a Península Ibérica em livros como O Homem Suspenso e O Mar de Madrid."

O seu próximo livro, A Divina Miséria, sai em finais de Maio. "Essa novela dava uma ópera. Espero que as pessoas se surpreendam, gostem da história e da prosa e fiquem comigo. É um dos meus melhores textos", garante.

João de Melo dixit:

A intimidade é uma das maiores evidências da literatura. Quis escrever um texto sobre a beleza, o desejo, o prazer que nos salva dos trabalhos e dos dias.

A literatura é um sal, um elixir, um éter da vida, uma alma para o Mundo.

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