quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sputnik (II)


Sumire, uma aspirante a escritora, apaixona-se platonicamente por Miu (mulher misteriosa e muito rica), que tem um negócio de importação de vinho e que estudou piano clássico em França. O narrador é um professor primário que, por sua vez, ama silenciosamente Sumire.

Sputnik surge de um mal-entendido inicial entre as duas mulheres, uma fala em Jack Kerouac, outra confunde beatnick com sputnik

A palavra russa sputnik significa "companheiro de viagem". Com efeito, a demanda, a busca de algo inatingível, são temas do livro (aliás, são temas transversais à Obra de Murakami).

Murakami concilia a simplicidade da escrita com a densidade das personagens. Dois pequenos excertos:

O gelo é frio e as rosas são vermelhas. Estou apaixonada. E este amor vai decerto arrastar-me para longe. A corrente é demasiado forte, não tenho escolha possível. Mas já não posso voltar atrás. Só posso deixar-me ir com a maré. Mesmo que comece a arder, mesmo que desapareça para sempre.

Foi a partir daqui que tudo começou, e foi a partir daqui que (quase) tudo acabou.

Post dedicado ao Hugo. Talvez o incentivo que faltava para leres o Sputnik, meu amor do Haruki Murakami (Casa das Letras)... Hugo, podes ainda ver o meu post de 1 de Fevereiro :-))

2 comentários:

Abssinto disse...

Podes bem crer que é um forte incentivo! Gostei mesmo de petiscar este bocadinho, e o livro vou pô-lo ali a jeito.

Abraço

Rui Sousa disse...

Boa!
Mas cuidado, cria vício!!! :-)
Abraços
rui